por Daniel André Teixeira'



Três debates e uma campanha eleitoral nos EUA cheia de momentos a recordar para a decisão de 8 de Novembro, na votação que decide o sucessor de Barack Obama.
Depois de ter visto os três confrontos e o modo de estar dos candidatos Donald Trump e Hillary Clinton, deixo aqui os ContraPontos sobre o assunto. Comecemos:


  • Este confronto pela Casa Branca é muito como no secundário entre o Bully e a rapariga mais responsável da turma: O primeiro usa a bazófia de quem "faz e acontece" e que manda no pátio acreditando que isso basta para mandar na turma; a segunda quer o lugar do poder porque pretende ser a mulher que muda um panorama dominado por homens;
  • Trump é desbocado, insolente, pouco respeitador, senhor do seu nariz e arrogante. Hillary é esposa de Bill Clinton. Quem diria que mesmo com esse poderoso "handicap" ela ia ser favorita numa corrida presidencial?
  • Tu sabes que tens tudo para vencer quando só tens de parecer mais competente que o teu adversário. Se Hillary pusesse uma figura de cartão no seu lugar nos debates ganhava fácil na mesma;
  • Perante a troca de ideias Hillary ambiciona ser a mulher que leva o país para a estabilidade e igualdade entre classes; Trump descobriu as palavras "ISIS", "México", "muro", "Rússia" e "China" e agora não quer outra coisa.
  • Se Trump ganhar os EUA serão governados por um bilionário excêntrico pronto a fechar fronteiras e a querer preparar a próxima grande Guerra Mundial e sendo feliz seja qual for o desfecho; Se Hillary ganhar o seu esposo Bill Clinton volta à Sala Oval onde foi muitas vezes feliz com os desfechos de Monica Lewinsky;
  • Hillary é acusada de eliminar emails importantes e de caracter nacional; Trump é acusado de assediar mulheres porque é famoso e acha que isso basta. Ou seja, ela pensa que é tudo para apagar, o outro só quer se não for a pagar ...
  • Ao início foi giro imaginar que um tolo sem noção da realidade podia realmente tomar conta de uma superpotência internacional. Mas depois percebemos que Trump estava mesmo a falar a sério e que até pensava ganhar. Aí o Mundo achou por bem parar com a graçola.
  • De momento os únicos estados dos EUA que não apoiam Hillary deve ser aqueles que têm os alpendres das casas com a bandeira das confederações, onde a malta mastiga tabaco enquanto limpam as carabinas e onde o mais inteligente da zona tem apenas quatro dentes e um chapéu de palha. Aí Trump tem pelo menos 4 votos (o resto da malta não foi à escola para sequer conseguir pôr um "X" no boletim);
  • No dia 8 de Novembro os EUA vão a votos e vão escolher entre um homem que já teve um reality show e uma mulher que aguentou toda uma novela quando o marido mandava no país.



Hoje aconteceu e só quem anda distraído ficava surpreendido com o que se vê nas notícias.

Podia ser uma manifestação tranquila, de um modo a que se pudesse ouvir as condições e o que o que transtorna aqueles que têm como profissão o taxismo e que vêem agora a UBER e a Cabify entrar em cena, mas preferiu-se outros instintos e já há motoristas dessas instituições a serem alvo de ameaças e ataques às suas viaturas. Não tem nexo uma manifestação se tornar uma guerra pronta a acontecer mal passe certas viaturas.

Deixam que o lado neandertal de certos taxistas sejam o comportamento de proa para a manifestação. Não há momento em que não se veja um ódio intenso e pronto a descambar em desacatos sobre outros que nada têm a ver com a manifestação e estão a fazer o seu trabalho. Um motorista da UBER não tem culpa que a profissão de taxista sejam subvalorizada na sociedade (fruto de um descuido e de um modo de estar quem pouco ajuda à dignidade digo eu). Não podem querer levados com seriedade quando mostram um lado de "feios, porcos e maus" e quando é visível uma vontade de querer destruir veículos da concorrência.

E marcham eles, de modo lento, mas desta vez sem o taxímetro estar a contar. Logo aí já é estranho. Uns tentam uma melhor apresentação enquanto se manifestam, outros pouco querem saber de aparências falando para os media (muitas vezes com aquele solene vocabulário de taxista saloio) ou fugindo das câmaras (dizendo um palavrão desse mesmo solene vocabulário de taxista saloio). Falou-se que esta seria uma manifestação pacífica ... e depois já não se falava assim. Uma pessoa liga as notícias e já vê carros da UBER amassados, motoristas barricados em estações de serviço e uma especie de "roubem os empregos dos outros, não os nossos" pelas ruas cheias de taxis que não vão a lado nenhum ... toda uma classe apaziguadora.
 Vai ser isto o dia todo, é o menu desta "manifestação".

A nível pessoal nunca usei a UBER, apenas conheço relatos de amigos.
Admito que poder fazer uma viagem dentro de um bom carro, estimado, com um motorista bem apresentado me parece algo que faria de bom grado, ao invés de no momento em que entro dentro de um taxi já estar a ser taxado quase quatro euros e nem arrancou do sítio.
É errado apontar vítimas. O taxismo está a ser alvo de uma imagem que foi semeando e denegrindo porque não tinha concorrência. Foi um estereótipo que se criou e que poucos não seguiram, e isso traz consequências. Ao ver que outros se chegaram à frente com uma outra apresentação eis que saem à rua e partem para a violência. Um passo estúpido e pouco pensado.
Mesmo que tanto a UBER como a Cabify ainda não estejam regulamentadas na totalidade o modo de "estamos aqui em paz, mas se passares aqui levas" é pouco louvável. Mesmo que se possa dizer que são apenas 2% que são arruaceiros que todos pagam pelos pecadores é essa a imagem de animosidade que estraga o sentido da manifestação e da "luta" como apelidam esta demanda.

Já agora, as outras duas entidades agradecem o aumento da clientela.


... de ser o que tu precisas.

... em ser o teu segredo.

... se tiver de esperar para te ver.

... se tiver de fazer calar o mundo para sentir a tua tranquilidade.

... de ser o teu encosto.

... se for eu o silêncio que te faz repousar.

... em procurar o teu mistério.

... se os momentos contigo parecem passar a correr contra um relógio teimoso em acelerar.

... se somar milhas percorridas a teu lado.

... em ser tonto para te ver sorrir.

... se for preciso te encantar todos os dias.

... se só tiver o teu beijo no momento do adeus.

Não me importo, desde que estejas comigo.


O destino por vezes é tão curioso que nos faz pensar se não faz mesmo sentido que assim seja.
A minha estreia no banco de suplentes num jogo oficial levou-me de volta a casa. Depois de começar esta aventura longe, num clube que gentilmente me abriu as portas e acreditou em mim, eis que o calendário mostra que o primeiro passo me levaria a estar perto de onde moro, num local que conheço bem. Que rica coincidência não é?

Ali estava eu, praticamente a dois quilómetros de casa, a criar o aquecimento para os onze titulares da equipa. Na bancada surgiam amigos juntando-se àqueles que mesmo não podendo lá estar me desejaram boa sorte. Do outro lado estavam os que apelidavam de favoritos, a força maior, os que nos viam como carne para canhão para posterior festejo de conquista fácil. De volta ao balneário juntamos a equipa. Entre palestra e silêncios íamo-nos mentalizando da façanha que queríamos atingir. O tempo de falar tinha terminado, era hora de cumprimentar a malta e entrar em campo.

Chegou o momento em que me sentei e ouvi o apito do árbitro. Já não era mais dali, abdiquei de qualquer orgulho que sentia do lugar onde morava, sentia apenas do espírito imbutido do símbolo do clube que me trouxe até ali, fundido com a crença de que era possível o melhor dos desfechos. Vivi cada lance e cada momento com a máxima intensidade como quem torce por fora pelos miúdos que bravamente eram David na batalha contra Golias. Era mais um, a querer desalmadamente chocar os locais e fazer parte de algo bonito para o clube que me deixou testemunhar tal momento e que veio de longe a sonhar com o triunfo.
Lutaram com tudo o que tiveram e o tempo ia passando mostrando que no futebol o estatuto diz pouco para desespero do tal favorito que não conseguia concretizar. E de repente ... GOLO!! Jogada fantástica que termina com a bola no melhor local. Saltei do banco a gritar em uníssono tanto com os outros treinadores da equipa como os jogadores que se congratulavam pelo feito criado. Estava ali o primeiro toque, a pincelada que mostrava que aquela tarde tinha tudo para ser mágica. Era tempo de contrarelógio mas também de mostrar o poder combativo que deixava claro que o golo não tinha caído do céu. Seguiram-se momentos de ansiedade e algum sofrimento mas sempre com o levantar do banco sempre que a nossa equipa ia rumo à baliza para ampliar a vantagem.
Apito final. Na tarde de 1 de Outubro David derrotou Golias.

Vencemos e que ninguém pense que caiu como um presente sem mérito.
Houve trabalho, entrega, vontade e estudo que levou a isto e é esse conjunto de condições que fez deste triunfo uma medalha. Fomos uma equipa em todos os sentidos. Admito o ego, aquando do estudo para este jogo quando aclamei entre amigos que nesta tarde que a equipa ia ser maior e vencer, mas depois do apito final o orgulho é maior pelos guerreiros que estiveram em campo e tornaram real a minha "profecia". Esta é uma conquista que traz honra, mas que tem de servir de motivação para o que ainda vem aí. Para aqueles que não acreditavam, que já apelidavam de jogo de "saco cheio" e que a nossa suposta pequenez era desvantagem fica o resultado, fala por si.

O destino por vezes é tão curioso que nos faz pensar se não faz mesmo sentido que assim seja.
Vencemos em minha "casa", na minha estreia, num terreno que conheço bem ... e não podia ter tido melhor sabor.