por Daniel André Teixeira'

Deja-Vu Portista

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Lembro-me de há dois anos atrás ter escrito um texto de semelhante identidade, para um site de futebol, olhando para uma mesma imagem. Sinto-me em pleno deja-vu.

Esta tarde o Benfica sagrou-se pela terceira vez consecutiva campeão nacional. Deixando essa comichão clubística de parte e que poderia facilmente trazer travos na boca, ou até falar do jogo da mala (que pelos vistos vai acumular para a próxima temporada), vou apenas focar-me na situação que os portistas estão a atravessar neste momento e que nos é estranha: Pelo terceiro ano não alcançamos o maior lugar do pódio.

Hoje, para quem vive o futebol e se sente portista, foi um dia ingrato.
Vencemos a última etapa ontem, logo de manhã para parecer fresco, e no dia das decisões vimos que o caneco de um modo ou de outro não sairia de Lisboa. Mais uma vez aquela corrida não foi nossa. Ao invés de atacarmos quem a percorreu e saiu vitorioso (para não falarmos também das picardias lisboetas com Jesus pelo meio), é necessário olhar para dentro e questionar se é este cenário que se vai compôr no Marquês dentro de algumas horas aquele que queremos ver no próximo ano.

Voltamos a ser suaves, pequenos na ambição, casmurros no ideal e no fim saímos no terceiro posto. Tivemos deslumbres espanhóis, um tiki-taka sem remates, estrelas sem talento para os momentos de decisão e uma passadeira em forma de defesa. Por entre pequenos encantos em vitórias em palcos importantes, o desalento e falta de querer custou-nos caro. Falhamos redondamente um ano que supostamente seria de revolução. Acabamos esta maratona com a ideia que muito está mal e que essa tal vontade de revolucionar terá de ser uma necessidade a fomentar no próximo ano.

Mesmo que ainda tenhamos uma final (imperial) para ganhar, é este o momento que temos de focar. Sou da ideia que devemos olhar para o sucesso dos outros. É olhando para o que eles fazem, perante a nossa inércia, que podemos ir buscar motivação para mostrar que somos capazes de ser melhores e estar à altura da situação (à imagem do que André Villas Boas fez no FC Porto). Nunca apelando à agressividade ou à resposta menos elegante, mas com trabalho e vontade em campo. No próximo ano tem que ser diferente: Toquem no que for necessário, mas que possamos olhar para a TV (ou ver no estádio) onze indivíduos a viver a camisola azul que ostentam. Que se dispense quem não quer, que se venda quem não sente e que se tragam aqueles que querem dar tudo pelas conquistas e vitória final.

Parabéns ao Benfica pelo campeonato amealhado e congratulações ao Sporting pelo photo finish. Mas esqueçam as ilusões de um Porto apagado. Este é um deja-vu que não queremos repetir.

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