por Daniel André Teixeira'


Deixa-me que te leve a ver um filme.
Uma película de outros mundos que te farão lembrar do nosso.

Na tela projectada vais recordar os clássicos, vais voltar a sentir a sua magia. Mas desta vez com o outro toque que te vai sentir mais especial.

Permite-me que comece sendo John Smith, destemido enquanto entro num mundo que não é meu e me deixo perder por uma beleza natural, nativa de quem é princesa do ar e terreno que pisa. Ultrapasso barreiras e ainda com uma alma sem receios ouso ser Aladino e te prometo um passeio num tapete voador que jamais esquecerás.

Serei O'Malley e com a lábia e matreirice de um "vadio" procurarei sempre estar ao lado da Duquesa mostrando que o amor é algo que junta os mais opostos e que se conquista a cada acção. Serei o patife que vais sempre querer ter ao teu lado e o galã que jamais dispensarias.
Volto a puxar dos galões e da mestria e convido-te para jantar. Como um Vagabundo espero que a Dama sinta a empatia e o gosto em partilhar um simples prato de massa nas traseiras de um qualquer restaurante e que percebas que não importa o lugar, mas sim a companhia.

Com tudo isto não me distraio e falo de ti, Bela, que não teve medo de ver num Monstro a bondade e o que há por detrás de alguém que apenas quer ser amado depois de quase esquecer o que isso é. Ver além do óbvio, do básico, do visual. Com o seu toque inteligente, assertivo e uma personalidade forte vai mudando o ambiente e fazendo crescer um sentimento único. Faz isso com a simplicidade de Jane que mostra emoções a um selvagem que ainda pouco sabia do que estava a perder por nunca ter visto uma mulher como ela.

Obrigado por partilhares este filme comigo. A melhor parte é que ainda está longe de acabar.

Texto de Francisco Baião

Quando, há umas semanas, fui desafiado pelo meu amigo Daniel Teixeira a escrever, com tema livre, para o seu projeto, desde logo me veio à ideia falar sobre amizade. E o tema é tanto mais curioso, e talvez também por isso me tenha vindo logo à ideia, pois, apesar de já termos conversado sobre uma série de assuntos, eu e o Daniel não nos conhecemos pessoalmente.

E então decidi refletir um pouco sobre o tema: será possível uma amizade sem o conhecimento pessoal? Em teoria, diria prontamente que não. Uma amizade é algo que se cultiva e que se cimenta em momentos vividos a dois ou em grupo, é algo que, como bom alentejano que sou, se solidifica à volta de uma mesa com um belo petisco, com momentos que ficam, para sempre, nas nossas memórias e é, também, algo que, para crescer, para além de ser “cultivado” tem de ser “regado”. E essa “rega” não será mais que, periodicamente, reunir com os amigos, conversar com eles, partilhar os bons e os maus momentos, ter a palavra certa no momento exato ou, muitas vezes, ter aquele silêncio quando não nos apetece ouvir nada nem ninguém mas em que precisamos de desabafar.

Mas, e então onde entra o meu amigo Daniel Teixeira nesta equação, uma vez que não nos conhecemos pessoalmente? O Daniel entrou na minha vida como muitas outras pessoas, pela porta do futebol, não do jogo jogado mas do jogado falado/comentado. Partilhámos alguns momentos de grande emoção por vermos um projeto comum sair do anonimato até chegar a um reconhecimento enorme a nível nacional e até internacional, assim como momentos de tristeza e quase depressão pelo fim desse mesmo projeto. Mas se foi o futebol que nos juntou, não foi só isso que nos uniu: depois do futebol, vieram as conversas sobre a vida pessoal, sobre as pequenas vitórias do dia a dia, ou das grandes derrotas que a vida nos prega. Lembro-me, por exemplo, de ele ter sido um dos meus “ouvintes” quando, por duas vezes, perdi um filho durante a gravidez da minha mulher e, também me recordo, de ter sido dos poucos a quem informei estar a caminho do hospital no dia em que nasceu o meu pequenote. Nesses momentos, mais do que falar com aqueles amigos “de sempre”, apeteceu-me falar com alguém que não conhecia pessoalmente. Foi quase como que “escrever no meu diário” mas contando com o apoio do “livro em que escrevia”.

E então, volto a repetir, onde entra o meu amigo Daniel Teixeira? Entra na categoria dos amigos, disso não tenho dúvidas, talvez de um amigo “diferente” por não o conhecer pessoalmente, mas, certamente, um amigo.

Posto isto, resta me agradecer ao meu amigo virtual por aquilo que já partilhámos, aguardando que, um dia, nos possamos conhecer pessoalmente, à volta de uma boa mesa, para, assim, à moda alentejana, “selarmos esta amizade”.


A vida é um rio de escolhas. Cada decisão que tomamos define o trajeto do nosso futuro.

Há seis anos que te conheço, há mais de quatro que decidi que te queria na minha vida e já lá vai um mês desde que passei a partilhá-la, definitivamente, contigo.

O desafio foi aceite e não podia estar mais feliz!

Fico maravilhado com cada momento passado contigo. Assistir ao florir da nossa vida em conjunto tem sido uma alegria enorme.

Adoro acordar a teu lado ao raiar do dia e mais feliz sou ao saber que, sempre que regresso a casa, voltarei para ti.

Nas coisas mais simples, o meu quotiano transformou-se. Seja limpar, cozinhar, ir às compras, ver um filme no sofá, ler um livro, tudo mudou. Porque tu estás lá, comigo.

Somos parte de um todo. Tu és a minha cara-metade e eu a tua. Agora, percebo que esperei todo este tempo por ti. Mais do que nunca, entendo o quão bom é ter alguém…

Alguém que nos apoia, todos os dias...

Alguém com quem posso ser eu mesmo e nunca precisarei de ser outro...

Alguém com quem choro de tanto rir…

Alguém com quem acordo todos os dias e me deixa feliz apenas com isso!

Fábio Silva


Texto da autoria de Rui Castro


Cada linha que escrevo é um pedaço do meu ser que transplanto para o papel. Tudo o que redijo é pessoal, intimista, interior, puro, sem maquilhagem, sem limagens, sem banhos de edição ou censuras de lápis azulados. Cru, sim, por vezes demasiado cru. Mas sempre fui assim, intempestivo, resmungão, questionador, descontextualizado no mundo em que estava, vivendo num mundo só meu onde as palavras valem mais do que marcas e frases enfeitiçam-me e anestesiam-me como se de um medicamente se tratassem. Quando escrevo sou o terapeuta de mim mesmo. Sem fármacos, químicos ou quaisquer substâncias que me retirem a clarividência, apenas eu e o meu cérebro. Iluminado, ativo, em combustão constante, porque cada neurónio debita personagens, cenários, enredos, diálogos, conceitos em velocidades supersónicas. Dentro do meu motor que é a mente, estou constantemente a criar, a desenhar o próximo texto, a estrutura-lo, não lhe dando descanso. 

Senão escrever sinto-me banal, sinto-me perdido neste mundo, a vida perde aquela tonalidade garrida que me apaixona e torna-se lenta, como se de um domingo pardacento de Novembro se tratasse, num início de inverno inútil e aborrecido. Preciso de me sentir vivo, de sentir o pensamento a processar rapidamente e ao mesmo tempo olhar e ver a história a ganhar corpo, forma, esquema e sobretudo eloquência e uma narrativa que faça as pessoas gostarem e principalmente entenderem o que leem. Se cada pessoa que lê o que eu escrevo se identificar com uma frase, uma metáfora, uma referência, fico feliz, é sinal que consigo tocar no âmago delas e fazê-las sentir perto da minha arte, daquilo que eu idealizo para a minha escrita. Escrevo para mim, para meu prazer pessoal, para me sentir bem, mas se alguém se sentir igualmente bem com cada linha, enche-me de orgulho, satisfação, realização e sentido de dever cumprido. 

Quando morrer, que cada texto que escrevi até essa altura seja relembrado como a melhor parte de mim. Que sejam eles a falarem de quem eu era, de como era, de como pensava. São o meu reflexo, o meu espelho, o meu confessionário diário. Cada erro, cada amargura, cada alegria, está expostas nos artigos, nas histórias, nos desabafos, nos poemas que fiz, faço e farei durante toda a vida, até me sentir 100% são mentalmente e perceber que aquilo que crio ajuda alguém, porque a arte também pode ser humanismo, solidariedade, entreajuda. Que cada noite que eu viva na plenitude das minhas faculdades seja brindada a escrita e solidão, porque preciso de solidão para me transformar em vários seres sem deixar de ser eu e para viajar para enésimos destinos sem sequer tirar os pés do chão, apenas com a força do músculo que se torna o objeto mais forte, potente e poderoso do mundo e que o ser humano em milhares de anos de existência nunca conseguiu dar-lhe a totalidade do uso e quando o fizer dominará tudo no planeta e terá faculdades assombrosas:

O cérebro,
Boa noite.

Rui Castro