por Daniel André Teixeira'

Perdido

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Mais do que um estado de espírito, é quase um modo de vida.

Porque durante muito tempo me tenho vindo a sentir perdido, a ficar sem qualidades que outrora quase eram arte em mim, a sentir falta de sensações das quais não consigo passar sem ter, a deixar cair pedaços de uma personalidade que era só minha. Derrotado por várias guerras, e ainda sem plano de recuperação.

Não me sinto o mesmo. Enganar a mente e pensar que está tudo bem enquanto crias uma rotina para te desligares só funciona até te aperceberes de que o que deixaste para trás era demasiado importante. Cansar o corpo apenas te adormece e não traz de volta aquela sensação de objectivo cumprido. Escrever … bem já só serve para gritares em silêncio em momentos de acalmia.

Deixas de fazer planos, tudo te parece efémero a cada recusa. De que te vale a diferença, o toque singular que tens, o presunçoso charme único, o teu modo de estar na vida se a tua mente fala uma língua que o teu corpo não entende e não corresponde? Como se estivesses sentado perante Deus e ele se risse dos planos que fazes, como se tivesses esgotado a tua quota parte de benesses neste mundo. Sentes como se não percebesses qual o “papel” que te foi dado nisto tudo mesmo que faças tudo o que vem no guião que foste escrevendo.

Vais-te munindo do melhor que tens. Entre as batalhas e desafios que a vida nos coloca tentas fugir entre gargalhadas e momentos animados, esquecendo momentaneamente aquilo que te consome a alma. Ganhas nos campos de batalha que ainda tens, enquanto outros ainda se fecham para ti.

És assim pelo teu orgulho, pela tua vontade, pela tua vaidade interior que visa sempre o caminho para seres melhor, mais feliz. Perdido sim, mas com o querer desmesurado de não querer parar até voltar a ter o que já tive.

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