por Daniel André Teixeira'

Insónia

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És a contadora de histórias incessante num momento sagrado de silêncio.

A linhagem de memórias e previsões que perturbam a mente.

A companhia indesejada quando a fadiga é o que mais acusa em nós.

Filme interrupto que teima em não parar mesmo sem ter tela fértil para te exibires, sinfonia irritante que toca em loop enquanto não encontramos o conforto de olhos fechado.

És missão espinhosa para os bravos de consciência, és o pior pesadelo para quem pensa em demasia. Visita pouco aconchegadora para aqueles que precisam de tranquilizar a alma.

Contigo entramos num caminho onde tu lideras, onde nos expões aos nossos receios, pontos fracos e pensamentos que corroem e entristecem, logo num momento de maior fragilidade e enquanto procuramos calma. Tu, perante tal poder, és espectadora que deixa prolongar o desconforto por horas, abandonando muitos com os seus olhos abertos e de espírito ferido.


Andarás sempre por aí, perto dos nossos sonhos, amaldiçoando o nosso repouso. A nós comuns mortais resta conviver contigo a pairar sobre algumas noites, com a esperança que serás apenas temporária e efémera, como deves ser.

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