por Daniel André Teixeira'




Belle.

Goût simple, avec petits plaisirs.

Regardez sereine, calme.

 Tranquillité entre lignes féminines.

Présence qui vous donne envie de rester.
Réservé dans le monde, femme de peu de contact, ouvre la porte au mystère.

Enchante sans effort, avec un sourire qui réjouit.

Il est décor, le contraste qui embellit le moment.

Vous voulez en savoir plus à ce sujet, parce que la magie vous tire naturellement.

Vous aurez seulement découvrir leur monde quand elle vous donne un coup de main.

Une beauté d'un autre pays, le tout dans une femme.

Quatro da manhã.
Quarto de Hotel conceituado onde nos corredores reina o silêncio.

Lá fora a chuva cai como cenário calmo, como uma música smooth que cria uma mística que te intranquiliza. Tentas ser mais hábil que a tua consciência, mostrar que está tudo bem e que não entendes o porquê de o sono não te chegar com a naturalidade de outrora. Começas a dança de quem entre lençois roda e volta à posição inicial como quem cria um tango a sós, sabendo que esse nunca funciona.

Aí chega o momento complicado. Tudo te surge: O que fizeste de bem mas que ainda assim não dás mérito, os erros que teimam em te atormentar, as batalhas onde foste fraco e saiste derrotado, as decisões que se fossem de outro modo te mostrariam outro caminho. Lutas contra isso. Saís da cama e procuras as tuas armas, mas nem mesmo aquele licor entre as roupas que trazes na mala num copo meio cheio te saceia a alma nem te traz o peso de uma noite bem dormida. As palavras de insignificância e de revolta enchem-te a cabeça, quase que pedes um recomeço, uma segunda oportunidade de um espontâneo acontecimento onde escorregaste perante a vida, ou onde simplesmente não foste capaz de ser o melhor que podias. 

Olhas para o relógio, já mostra hora de dia "fresco" e pronto a começar, enquanto tu ainda te reviras num encosto que devagar vai vendo a nublina de uma manhã entrar pelas fendas de uma leve persiana. Nem queres acreditar que a garrafa já vai a meio, já riscaste folhas sem nexo e que mesmo assim não venceste uma consciência que te quis bem desperto quando apenas pedias descanso merecido. Já consegues antecipar o toque do despertador, aquele mecanismo que acreditaste que te iria acordar em sobressalto e que só ia servir para pedir mais dez minutos. Desligas, afinal de contas ele esta noite não tem trabalho.

Voltas a levantar-te e procurar um banho que te amoleça o corpo, visto que a alma está ainda a viver a noite cheia de idiossincrasias de uma vida cheia de recordações.
Vestes-te e relembras que vinhas procurar um escape, mas desta janela de quarto de hotel apenas vês gotas de água que caiu sem receio de um céu igualmente sem remorsos. É tempo de voltar a guardar aquela garrafa no meio de umas camisas que afinal já não vais usar por causa das manchas de vinho e aquela camisola velha com a qual ias dormir. A cada passo que dás no corredor tentas ver que aquelas horas, aqueles instantes de falta de controlo têm algo positivo. 

Instantes, devaneios de uma noite qualquer que alguém viveu.