por Daniel André Teixeira'



"Olha para as páginas em branco à tua frente com coragem. Agora enche-as com beleza."
Blaine Hogan


Todos aqueles que se idealizam nas palavras que escrevem, seja num simples pedaço de papel ou numa tela de ecrã sabe que é assim que tudo começa sempre: em branco.

É sempre aquela aventura sem fim anunciado porque mesmo que a tua mente tenha criado antes das tuas mãos concretizarem há sempre uma mudança de direcção que cria um toque que não era esperado. Seja porque aquela história de vida que retrata tem afinal mais pormenores de relevância, ou aquele herói de capa (ou sem ela) tem afinal um poder que muda o cenário e salva o dia, ou quando consegues dar aquele toque mais dramático e cru a uma qualquer história sombria que imaginaste num vislumbre de consciência.

Ter uma página em branco à frente é a oportunidade para criar, ou recriar. Para fazer diferente ou emular o que vimos antes, a chance de passar uma mensagem ou de reforçar uma que já o Mundo defende. Toque pessoal ou simplesmente mundano a página não te vai criticar ou julgar, apenas é o teu espaço para te expressares.

Uma palavra impressa ou simplesmente escrita num qualquer canto tem um poder próprio e cabe a cada um ter a responsabilidade para fazer contar essa oportunidade. Há quem procure singrar no mundo difícil das palavras escrevendo livros exibidos nas livrarias para consumo da sociedade, há os outros que em diversas plataformas digitais lá deixam os seus toques com crónicas e artigos só com o lucro de ver mais um pedaço de criatividade ser publicado para (quem sabe) o Mundo ver e outros artistas que vêm outras telas em branco e definem de um modo mais artístico um outro uso para a palavra.

Uma página em branco traz toda uma panóplia de oportunidades e dá a conjuntura neutra para que sejas feliz com o que crias e isso é raro neste Mundo. Aproveita bem todas as folhas em branco que terás nesta vida, porque és tu que escreves os capítulos que se vão seguindo.


Existe sempre na mente de um qualquer escritor o ideal de criar uma história. História essa que faz prender o leitor com as palavras certas e sedutoras, mas também nela existe a vontade de passar uma mensagem seja ela idílica, de lição ou simplesmente uma fase de vida.

Desta vez a minha mente não criou nada, porque o que se segue é real. Somente me atrevo a descrever sendo o mais fiel aos factos possível perante tamanha situação. É a história verídica de um homem, um testemunho de alguém que não recuou perante um desafio e vê nesse desafio de vida mais uma oportunidade de superação e de conquista pessoal. O seu nome é Nelson Rocha.

Sempre foi um inconformado com a vida, ficar quieto nunca foi o seu estilo. Sempre procurou fazer algo novo, entre paixões e opções de carreira, que o pudesse definir como uma pessoa feliz. Artes marciais (praticante e professor), fotografia, curtas metragens e videoclips ... uma panóplia de aventuras, todas com toda a entrega. Sempre directo e orgulhoso do seu comportamento (e temperamento) pouco submisso foi amealhando projectos novos que o levaram a conhecimentos, contactos e vivências enriquecedoras.

Outrora guerreiro noutras modalidades de arte física eis que surge o regresso ao tapete, mas nada é tão simples como parece.

Vai desbravar uma arte de combate que nunca competiu, o Jiu Jitsu Brasileiro, uma arte marcial onde a luta no solo impera e a submissão do adversário é o trunfo para a vitória. Aquele com mais técnica sai vencedor numa luta fatigante. É um recomeço, e como todos os guerreiros há "cicatrizes" que ficam de batalhas passadas. Para poder concretizar este sonho de singrar noutra modalidade Nelson teve que procurar em si o poder de superação para ultrapassar uma lesão grave e não olhou a meios para o fazer. Com uma personalidade "training" bem acentuada recuperou a forma física com uma revolução a nível de fitness e com os hábitos alimentares necessários para o seu corpo ser bem nutrido e preparado para cada sessão de treino, para cada batalha que se avizinha. 

Tenho o privilégio de poder chamar amigo ao Nelson e não tenho dúvidas que ele a cada dia que passa se sente mais preparado. Não só pela batalha física que teve de aguentar, mas porque a sua personalidade e querer mental é fortíssimo e vai querer que esta experiência seja a melhor possível. Mais uma para o seu currículo invejável nas artes marciais. O tatame chama por ele
Ele vai voltar à competição este ano e logo numa área "desconhecida" para ele ... não podia haver melhor desafio.

Que venham essas batalhas, desejo-te a melhor das sortes meu amigo.