por Daniel André Teixeira'



Falou-me de algo único. Quem me seduziu com a ideia bem me tinha avisado que Estrasburgo tinha um encanto natural nesta época natalícia. Tinha toda a razão do seu lado. É como se o Natal fosse criado ali.

Estrasburgo, ainda que coberta pelas nuvens onde o sol lá se ia mostrando entre o frio que o vento trazia, delicia quem pelas suas ruas passeia. Tem a sua magia própria.
O cheiro do vinho quente, as bancas a assediar as pessoas com tanto presente ou souvenir e claro todos os doces e gastronomia alsasiana (choucroute ou tartes flamblé) que fazem parar para matar saudades ou simplesmente arriscar uma nova experiência. Enquanto te vais aquecendo com um sumo de laranja quente e um bretzel a acompanhar passeias pelas ruas enfeitadas a rigor onde cada loja mostra ornamentos diferentes de como a magia do Natal pode ser bonita e te faz parar a cada dez passos para tirares uma foto.
A preponderância que a Catedral de Notre Dame tem dá a mão às várias bancas que em seu redor embelezam à sua maneira as ruas e torna apetecível todos os modos de captares aquele momento para a posterioridade.

À medida que a noite vai chegando vais percebendo ainda mais porque lhe chamam a Cidade do Natal. As ruas ganham uma segunda vida, as luzes e enfeites tornam-se protagonistas entre os cheiros da gastronomia. Torna-se difícil escolheres onde está a melhor decoração ... até veres a árvore. A imagem que ilustra este texto é a melhor das atracções. Uma árvore de Natal natural que, aliada à sua altura, é iluminada de uma forma soberba e te faz parar para que procures o melhor modo de a documentares. Em plena praça é ela a rainha.

A ideia que ficas quando passeias nas ruas de Estrasburgo durante a noite é quase como alguns dos contos clássicos fosses criados ali. Nas ruas de Petit France percebes que a Bela e o Monstro podiam ter sido trazidos à vida real tal é a parecença com o conto animado que se conhece. No fundo transmite-te a sensação de um pequeno escape àquela realidade mundana de confusão e rotina e é sem dúvida algo que te reconforta e fica na cabeça.

Falou-me de algo único. E tinha razão.
Quand je me souviens de Noël, je me souviendrai de Strasbourg.