por Daniel André Teixeira'

Reis & Vagabundos

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O mundo é feito dos contrastes inegáveis e flagrantes.
Poetizando e suavizando com bonitas palavras podemos afirmar que é um mundo de luas, de diferenças, de toques e retoques, de forças e fraquezas, enfim como nós mundanos apelidamos de "altos e baixos".

Uns possuem o ouro desta vida, o facilitismo, as conquistas deste mundo à mão de um simples desejo ou prazer como se a realidade utópica fosse servida numa bandeja de prata de um refinado restaurante. Não há problema sem solução, não há obstáculos inconvenientes para as vitórias pessoais. A vida presenteou-os com essa dádiva da despreocupação com o alheio, onde só a sua zona de conforto é fulcral para a sobrevivência. Boas roupas, casa com ostentação e luxo, carro a estrear, ao seu lado um conjugue que foi bradado com a mesma dádiva. Um mundo dentro de um outro que apenas serve de paisagem adicional a um estilo de vida que cria na sociedade uma elite de "Reis". Não são intocáveis, mas estão no confortável camarote deste teatro onde a peça principal é a vida.

Outros lutam por cada hora e por cada luxo que esta vida lhes lembre de proporcionar.
Esses sentem cada capricho, cada frio na espinha, cada golpe que a sociedade se lhes apronta. O seu micro mundo está subjugado na vida mundana dos demais. O infortúnio em pessoa, a figura de alguém que parece ter sido esquecido e ostracizado num mundo que tanto se apregoa que se quer justo e equilibrado. Os seus esforços são sucessivos, a sua luta é interminável. Cada canto pode ser uma "casa", cada resto pode ser a "refeição", cada trapo é o seus vestir ... São os "Vagabundos", aqueles que no mesmo teatro são os figurantes sem importância, triste e sem valor real para o desenrolar da história que os "Reis" em cima sentados aplaudem sempre a sorrir e a festejar.

É o contraste de um Mundo, facilmente replicado na nossa sociedade estejamos em que lugar for.
Porque esta peça de teatro nunca acaba, apenas tem maneiras de mudar a história.

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