Mais
do que um estado de espírito, é quase um modo de vida.
Porque
durante muito tempo me tenho vindo a sentir perdido, a ficar sem qualidades que
outrora quase eram arte em mim, a sentir falta de sensações das quais não
consigo passar sem ter, a deixar cair pedaços de uma personalidade que era só
minha. Derrotado por várias guerras, e ainda sem plano de recuperação.
Não
me sinto o mesmo. Enganar a mente e pensar que está tudo bem enquanto crias uma
rotina para te desligares só funciona até te aperceberes de que o que deixaste
para trás era demasiado importante. Cansar o corpo apenas te adormece e não
traz de volta aquela sensação de objectivo cumprido. Escrever … bem já só serve
para gritares em silêncio em momentos de acalmia.
Deixas
de fazer planos, tudo te parece efémero a cada recusa. De que te vale a diferença,
o toque singular que tens, o presunçoso charme único, o teu modo de estar na
vida se a tua mente fala uma língua que o teu corpo não entende e não
corresponde? Como se estivesses sentado perante Deus e ele se risse dos planos
que fazes, como se tivesses esgotado a tua quota parte de benesses neste mundo.
Sentes como se não percebesses qual o “papel” que te foi dado nisto tudo mesmo
que faças tudo o que vem no guião que foste escrevendo.
Vais-te
munindo do melhor que tens. Entre as batalhas e desafios que a vida nos coloca
tentas fugir entre gargalhadas e momentos animados, esquecendo momentaneamente
aquilo que te consome a alma. Ganhas nos campos de batalha que ainda tens,
enquanto outros ainda se fecham para ti.
És assim pelo teu orgulho, pela tua vontade, pela tua
vaidade interior que visa sempre o caminho para seres melhor, mais feliz.
Perdido sim, mas com o querer desmesurado de não querer parar até voltar a ter
o que já tive.
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